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30 abril 2013

A tal da vilã...

- Mais um café, por favor!
Apenas para sentir o aroma, o doce do açúcar enjoa e o amargo do café machuca. Entra em conflito, com o resto de amargura que há naquele coração. Coração de vilã, porque é assim que todos devem pensar. Onde já se viu? Deixar um homem bom como aquele sozinho. Devia estar louca, devia estar com problemas. Mas nenhum que fosse racional. 

Ninguém a entenderia. Ser vilã é ser errada. Mas ninguém a perguntou do real porquê de não ser mais uma mocinha. Ela o fez chorar, e isso não se faz. Quem sabe se a ordem fosse contrária tudo seria mais normal, aceitável, ninguém questionaria. Parece uma regra. Mulheres têm seus corações partidos por seus parceiros, e após isso devem chorar e se afogar em baldes de sorvete. É o que dizem os filmes, e os filmes dizem tudo.

Errado. Nós sabemos ter opinião, e também sabemos o queremos. Sabemos quando um laço se torna um nó. E não que isso seja motivo de orgulho, muito pelo contrário, ninguém gosta de ser razão de sofrimento alheio (pelo menos é o que eu espero que seja... Bom, era o caso dela). Não é porque acabou que uma das duas partes deva se tornar a vilã e a outra vítima. Estamos em busca de finais felizes, e felicidade nem sempre significa estar com alguém. Quando existem dois sorrisos em jogo, os dois se tornam um só para que permaneçam juntos, se a ordem é quebrada e um dos dois sorrisos deve ser escolhido, algo de errado há.

E foi o que ela fez. Escolheu seu próprio sorriso. As circunstâncias de tudo aquilo já não importavam mais, a escolha estava feita. E a felicidade retornava. Calma e lentamente, como deveria ser. Ele? Se afogou em lágrimas e congelou em potes de sorvete. Mas aquilo passou, porque uns podem morrer por amor mas aquele não era seu caso. A história pode ter saído dos padrões, mas o final continuou sendo o mesmo clichê de sempre. Um final feliz, para ambas as partes... Mesmo que para ele isso levasse um tempo a mais e que para ela isso fosse tão tranquilizante quanto era pesado.

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